Canabidiol para depressão: como funciona e quais são os benefícios?

O interesse pelo uso do canabidiol para depressão tem crescido significativamente, impulsionado por pesquisas que destacam seu potencial como uma alternativa natural e eficaz. Estudos recentes, como os publicados na revista Neurotherapeutics e na Frontiers in Immunology, mostram que o CBD pode ser um grande aliado no tratamento de transtornos psíquicos, além de melhorar a qualidade do sono e oferecer menos efeitos colaterais do que os antidepressivos convencionais.

Hoje, nós vamos desmistificar o uso dessa substância e mostrar a você como ela pode beneficiar aqueles que enfrentam a depressão. Embora as pesquisas sobre o canabidiol ainda estejam em andamento, os resultados iniciais são bastante promissores.

Mas, antes de entrar nos detalhes de como esse novo remédio pode ser útil, vamos primeiro entender primeiro o que ele é e como a depressão afeta o corpo humano? Continue a leitura!

Canabidiol (CBD): o que é e como age no corpo?

O canabidiol, ou CBD, é uma substância natural encontrada na planta da cannabis. Ele é um dos muitos compostos presentes nesta planta, mas, ao contrário do THC (tetrahidrocanabinol), que é o componente responsável pelo “barato” da maconha, o CBD não causa efeitos psicoativos. Isso significa que não deixa a pessoa eufórica, confusa ou com a mente alterada, sendo uma opção segura para quem busca benefícios terapêuticos sem esses efeitos.

Ele age no nosso corpo através do sistema endocanabinoide, uma rede de receptores e substâncias que regulam funções importantes, como humor, sono, apetite e estresse. Ele faz isso ajudando a equilibrar substâncias no cérebro, como a serotonina e a dopamina, que são essenciais para nos sentirmos bem emocionalmente. É por esse motivo que o canabidiol tem sido estudado como uma opção para ajudar em problemas como depressão, ansiedade e até mesmo dores crônicas.

As principais características que ele apresenta são:

• Origem natural: Extraído diretamente da planta da cannabis.
• Sem “barato”: Diferente do THC, não altera o estado mental.
• Uso terapêutico: Pode ser usado para ajudar em diversas condições, como ansiedade, dor crônica e insônia.
• Legalidade: No Brasil, esses produtos são regulamentados pela ANVISA e podem ser comprados com prescrição médica.

O que é a depressão e como ela afeta a vida das pessoas?

A depressão é uma condição de saúde mental que vai muito além de uma tristeza passageira. Ela é caracterizada por uma tristeza profunda e persistente, falta de motivação e perda de interesse em atividades que antes traziam prazer. Essa condição pode afetar todos os aspectos da vida de uma pessoa, desde o emocional até o físico, interferindo até mesmo em tarefas simples do dia a dia.

Pessoas com depressão frequentemente enfrentam:

• Dificuldades nos relacionamentos: Isolamento e problemas para se conectar com familiares e amigos.
• Desafios no trabalho ou estudos: Falta de energia e concentração, o que prejudica o desempenho.
• Problemas físicos: Dores crônicas, alterações no peso e falta de disposição para atividades físicas.

No nível cerebral, a depressão está ligada a um desequilíbrio nos neurotransmissores, que são substâncias químicas responsáveis pela comunicação entre as células nervosas. Os principais neurotransmissores afetados são: a serotonina, que regula o humor, o sono e o apetite; a dopamina, responsável pelas sensações de prazer e motivação; e a noradrenalina, que controla a energia e a resposta ao estresse. Quando esses neurotransmissores estão desequilibrados, a comunicação entre as células nervosas fica prejudicada, o que contribui para os sintomas depressivos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão afeta mais de 300 milhões de pessoas no mundo. Esse número alarmante reforça a necessidade de tratamentos eficazes e acessíveis para ajudar quem sofre com essa condição.

Canabidiol para depressão: 5 motivos que explicam por que ele é útil no tratamento

O canabidiol age diretamente no cérebro, regulando funções importantes que influenciam o humor e o bem-estar. Vamos entender como isso funciona de forma mais aprofundada?

• Interação com o Sistema Endocanabinoide

O CBD interage com o sistema endocanabinoide, uma rede de receptores e enzimas presentes no corpo humano que ajudam a regular funções essenciais. Ao ativar esse sistema, ele melhora a ação de neurotransmissores como a serotonina, conhecida como o “hormônio da felicidade”, contribuindo para a estabilização do humor sem os efeitos colaterais comuns dos antidepressivos tradicionais.

• Redução do Cortisol (Hormônio do Estresse)

O CBD também ajuda a reduzir os níveis de cortisol, um hormônio liberado em situações de estresse. Em pessoas com depressão, o cortisol costuma estar elevado, o que pode piorar os sintomas. Ao controlar esse hormônio, o canabidiol promove uma sensação de calma e relaxamento.

• Influência no Sistema GABA

O sistema GABA é um dos principais mecanismos do cérebro para promover relaxamento e reduzir a atividade neuronal excessiva. Quando há um desequilíbrio nesse sistema, a pessoa pode sentir:

• Ansiedade: Sensação constante de preocupação ou medo.
• Tensão: Dificuldade para relaxar o corpo e a mente.
• Insônia: Problemas para dormir ou manter um sono contínuo.

O CBD ajuda a potencializar a ação do sistema GABA, acalmando a mente e diminuindo estados de alerta excessivo. Isso é especialmente benéfico para quem sofre de ansiedade e pensamentos acelerados.

• Ação anti-inflamatória

Estudos recentes sugerem que a inflamação no cérebro pode estar relacionada à depressão. O canabidiol possui propriedades anti-inflamatórias, que podem ajudar a reduzir esse processo, contribuindo para a melhora dos sintomas depressivos.

• Melhora na qualidade do sono

Um dos benefícios mais importantes é a capacidade de melhorar a qualidade do sono, um problema comum em pessoas com depressão. Ao reduzir a ansiedade e promover relaxamento, o CBD ajuda a:

• Dormir mais rápido: Facilita o início do sono.
• Ter um sono mais profundo: Promove um descanso reparador.
• Acordar menos durante a noite: Mantém o sono contínuo.

Importante: Embora o CBD ofereça diversos benefícios, é fundamental que seu uso seja feito com acompanhamento médico. Cada pessoa responde de forma diferente ao tratamento, e um profissional irá orientar sobre a dosagem correta, garantindo a segurança e eficácia do uso.

O que as pesquisas falam sobre o uso de CBD para depressão?

Embora as pesquisas sobre o uso do canabidiol no tratamento da depressão ainda estejam em andamento, os resultados iniciais são promissores. Estudos indicam que essa substância pode ajudar a reduzir a ansiedade e melhorar o humor, sem os efeitos colaterais comuns dos antidepressivos tradicionais, como ganho de peso, disfunção sexual e sonolência excessiva.

Uma revisão publicada em 2023 no artigo Emerging Therapeutic Potential of Cannabidiol (CBD) in Neuropsychiatry aponta que o CBD tem propriedades ansiolíticas e antidepressivas, além de influenciar positivamente neurotransmissores como a serotonina. Outro estudo, A Narrative Review of Molecular Mechanism and Therapeutic Effect of Cannabidiol, publicado em 2020, reforça que o CBD pode modular o sistema endocanabinoide (responsável por regular funções como humor e sono) e atuar sobre o sistema nervoso central, promovendo efeitos benéficos para a saúde mental.

Apesar dos resultados positivos, os especialistas destacam que ainda são necessários mais estudos clínicos para compreender completamente:

• Como o CBD age no cérebro a longo prazo.
• Sua eficácia em diferentes condições psiquiátricas, como depressão grave, transtorno bipolar e ansiedade generalizada.
• As dosagens ideais para cada tipo de paciente.

De quais formas o canabidiol pode ser consumido?

Existem várias maneiras de se fazer uso do CBD, e cada uma apresenta vantagens diferentes. As mais comuns são: 

• Óleos de CBD: São os mais populares devido à rápida absorção e à facilidade de ajustar a dosagem. Basta colocar algumas gotas embaixo da língua para sentir os efeitos.
• Cápsulas: Ideais para quem busca praticidade e discrição, as cápsulas são sem sabor e fáceis de incorporar na rotina.
• Comestíveis: Gomas, chocolates e outros alimentos infundidos com CBD são uma opção saborosa, mas o efeito pode demorar mais para aparecer, já que a substância precisa passar pelo sistema digestivo.
• Vaporizadores: Oferecem uma absorção rápida através dos pulmões, mas podem não ser a melhor escolha para quem tem problemas respiratórios.
• Cremes e pomadas: Usados topicamente, são mais indicados para dores localizadas ou problemas de pele. No entanto, sua eficácia para tratar depressão ainda não é tão estudada quanto as formas orais.

A escolha do método mais adequado para cada caso vai depender das necessidades individuais e da orientação do médico. Por exemplo, quem busca efeitos rápidos vai preferir óleos e vaporizadores. Já quem valoriza a praticidade, pode optar por cápsulas ou comestíveis.

Independentemente da forma escolhida, é recomendável começar com doses baixas e ajustar gradualmente. Isso porque cada organismo reage de maneira diferente ao CBD, a depender de fatores como peso, metabolismo e gravidade dos sintomas. A regra geral é: comece devagar e aumente aos poucos, até encontrar o que funciona para você. Sempre com a orientação do profissional da saúde.

Precauções e efeitos colaterais do Canabidiol

Embora o CBD seja geralmente bem tolerado pela maioria das pessoas, alguns efeitos colaterais podem surgir, especialmente quando a dosagem não é adequada, como sonolência, boca seca, alterações no apetite e, em casos mais raros, tontura ou desconforto gastrointestinal.

Além disso, ele pode interagir com certos medicamentos, como anticoagulantes, antidepressivos e remédios para controle da pressão arterial. Por isso, é essencial consultar um médico antes de iniciar o uso do canabidiol, principalmente se você já faz uso de outros medicamentos. Um profissional poderá avaliar possíveis interações e orientar sobre a dosagem segura.

Outro ponto importante é a qualidade do produto utilizado. Como o mercado de CBD está em expansão, nem todos os produtos disponíveis possuem a mesma pureza e eficácia. Para garantir segurança, é importante optar por marcas reconhecidas, que realizam testes laboratoriais independentes. Verifique sempre os certificados de análises, que comprovam a concentração exata de CBD e a ausência de contaminantes. E, claro, evite produtos sem procedência. Desconfie de opções muito baratas ou sem informações claras.

Ao seguir essas recomendações, você pode aproveitar os benefícios desse novo medicamento com maior confiança e segurança, garantindo que está usando um produto de alta qualidade.

Conclusão

O canabidiol tem se destacado como uma alternativa muito interessante no tratamento da depressão, especialmente para quem busca opções mais naturais e com menos efeitos colaterais do que os antidepressivos tradicionais.

No entanto, é importante lembrar que ele não substitui um tratamento completo. Seu uso deve fazer parte de um plano terapêutico mais amplo, sempre com o acompanhamento de um profissional de saúde. A depressão é uma condição complexa, e cada caso requer uma abordagem personalizada.

Nesse sentido, contar com a orientação de um especialista experiente faz toda a diferença. A Dra. Priscila Ruwer é uma profissional com ampla experiência no tratamento de questões psiquiátricas. Ela oferece atendimento tanto presencial, no Centro de Curitiba, quanto online, adaptando-se à sua rotina e necessidades.

Se você quer entender melhor como o canabidiol pode ajudar no tratamento da depressão, ou se acha que pode ser uma boa alternativa para o seu caso, agende uma consulta com a Dra. Priscila Ruwer. Com uma orientação personalizada, você poderá explorar os benefícios do CBD de forma segura e eficaz, sempre com o suporte de uma profissional qualificada.

Não deixe sua saúde mental para depois. Cuide de você com quem entende do assunto.