O que é ansiedade e quais são os sintomas?

Saber o que é ansiedade ajuda a entender por que, em certos momentos, o corpo parece entrar em estado de alerta mesmo sem um perigo real por perto. Esse sentimento faz parte da experiência humana, e sentir medo, apreensão ou nervosismo antes de uma situação importante pode até ser útil. Essas reações naturais são mecanismos …

Saber o que é ansiedade ajuda a entender por que, em certos momentos, o corpo parece entrar em estado de alerta mesmo sem um perigo real por perto. Esse sentimento faz parte da experiência humana, e sentir medo, apreensão ou nervosismo antes de uma situação importante pode até ser útil. Essas reações naturais são mecanismos de proteção, que preparam o organismo para agir diante de desafios ou ameaças.

Mas e quando essa sensação começa a aparecer com frequência, intensidade ou sem motivo claro? Quando o pensamento se torna acelerado, o coração dispara e o descanso parece impossível mesmo em dias calmos? Nesses casos, a ansiedade deixa de ser uma resposta pontual e se transforma em um obstáculo diário, interferindo na rotina, nas relações e na saúde emocional.

Quero te convidar neste artigo a entender o que é esse aperto que aflige mais de 300 milhões de pessoas no mundo  — não apenas como diagnóstico, mas como experiência. Vamos falar sobre como ela se manifesta no corpo e nos pensamentos, o que diferencia a ansiedade funcional dos transtornos que exigem cuidado, e por que reconhecer os sinais é o primeiro passo para retomar o equilíbrio. Porque viver em constante alerta não precisa ser o seu normal.

Afinal, o que é ansiedade?

Ansiedade é um estado emocional marcado pela antecipação de algo que pode dar errado. É como se a mente acionasse um alerta diante de uma ameaça, mesmo que essa ameaça ainda não exista ou sequer aconteça. Trata-se de um mecanismo natural, que faz parte do funcionamento do corpo humano desde sempre.

Em situações específicas, como uma prova importante ou uma decisão difícil, ela pode ter um papel positivo. Nos mantém atentos, mais preparados para reagir. Esse tipo de resposta é considerada adaptativa — tem começo, meio e fim, e desaparece assim que o desafio é superado.

O problema surge quando esse alarme interno começa a disparar com frequência, intensidade e duração desproporcionais. Quando o corpo permanece em estado de alerta, mesmo em contextos que não oferecem riscos reais. Nesses casos, a ansiedade ultrapassa o limite do funcional e passa a afetar a rotina, a saúde e a qualidade de vida.

Para entender plenamente, então, é importante reconhecer suas duas formas principais:

  • Ansiedade funcional:
    Natural e pontual, costuma ser proporcional ao desafio enfrentado. Ajuda na tomada de decisões, melhora o foco e favorece a adaptação a novas situações. Não causa sofrimento duradouro.

  • Ansiedade patológica (ou transtorno de ansiedade):
    Crônica, intensa e persistente. Pode vir acompanhada de pensamentos acelerados, preocupações que não cessam, medo sem causa objetiva e sensação de perda de controle. Quando não tratada, tende a se intensificar.

Nem toda ansiedade é um transtorno. Mas toda ansiedade que gera sofrimento merece ser escutada e acolhida — ainda mais quando se sabe que 55,8% das pessoas afirmam nunca ter buscado ajuda para aliviar esse sofrimento. O silêncio, muitas vezes, se impõe não por escolha, mas por falta de informação, medo ou dificuldade de acesso. E é justamente por isso que falar sobre o tema continua sendo tão necessário.

O que é ansiedade

Sintomas da ansiedade: físicos e psicológicos

A ansiedade não acontece apenas “na cabeça”. Ela se expressa de forma ampla, envolvendo corpo, emoções, pensamentos e até comportamentos. É importante que você saiba quais são os sintomas para entender quando o estado de alerta natural ultrapassa o limite do saudável e começa a prejudicar o bem-estar.

Sintomas físicos

  • Taquicardia (batimentos acelerados): O coração parece “sair do peito” mesmo em momentos de descanso. Pode surgir do nada, durante uma reunião, no trânsito ou até ao acordar. É uma resposta do corpo ao imaginar que precisa se preparar para fugir ou lutar — mesmo que não exista ameaça real.
  • Respiração curta ou ofegante: A sensação de “não conseguir respirar direito” é frequente. O ar parece não entrar completamente nos pulmões, o que pode causar ainda mais ansiedade. Algumas pessoas descrevem isso como um aperto no peito ou um bloqueio para respirar fundo.
  • Tensão muscular: Ombros rígidos, maxilar travado, mãos cerradas. O corpo se mantém contraído, como se estivesse sempre pronto para reagir a algo. Esse estado constante pode gerar dores musculares e sensação de cansaço ao final do dia — mesmo sem esforço físico significativo.
  • Sudorese excessiva: Suor nas mãos, axilas ou costas em situações que normalmente não provocariam esse tipo de reação. Muitas vezes, a pessoa sente vergonha ou tenta esconder, o que aumenta ainda mais a tensão.
  • Problemas gastrointestinais: Enjoos, dores no estômago, diarreia ou constipação são comuns em quadros de ansiedade. O intestino, por ser altamente sensível ao estado emocional, responde rapidamente ao estresse prolongado.
  • Sensação de formigamento ou tremores: Pode aparecer nos dedos, pernas, rosto ou em todo o corpo. Em momentos de crise, é como se o sistema nervoso estivesse hiperativado.
  • Alterações no sono: Dificuldade para pegar no sono, acordar várias vezes durante a noite ou despertar já com a sensação de cansaço. A mente permanece ativa mesmo quando o corpo tenta descansar.

Sintomas psicológicos e cognitivos

  • Preocupação constante: A mente não para. Surgem pensamentos repetitivos sobre tudo o que pode dar errado, mesmo que nada indique isso. Essas preocupações tomam tempo, espaço mental e energia.
  • Dificuldade de concentração: Ler um parágrafo e não lembrar do conteúdo. Começar uma tarefa e não conseguir terminar. A ansiedade fragmenta a atenção e dificulta a organização mental.
  • Sensação de perda de controle: Muitas pessoas descrevem a ansiedade como estar “fora de si” ou “não conseguir voltar ao normal”. É como se houvesse uma desconexão entre o que se pensa, o que se sente e o que se faz.
  • Medos irracionais: Situações comuns — como entrar em um elevador, falar ao telefone ou sair de casa — passam a parecer ameaçadoras, como se o mundo pudesse acabar apenas por performar aquela ação.
  • Irritabilidade ou impaciência: A sobrecarga emocional da ansiedade deixa o sistema nervoso sensível. Pequenos estímulos podem gerar explosões emocionais, impaciência ou vontade de se isolar.
  • Sensação de estar “à flor da pele”: O corpo e a mente reagem com intensidade a tudo: barulhos, palavras, mudanças de planos. Qualquer coisa pode parecer demais.

Um ponto importante:

Nem todas as pessoas apresentam os mesmos sintomas. E, muitas vezes, a ansiedade se manifesta de forma silenciosa — com uma inquietação que não se explica, um incômodo que não passa, uma exaustão sem causa evidente.

Se você se reconhece em parte dessas descrições, saiba que você não está sozinho. E que existe tratamento, acolhimento e um caminho possível para reconstruir a calma.

Os principais tipos de transtornos de ansiedade

Existem diferentes formas de transtornos ansiosos, e cada um deles se manifesta com características específicas. Entender essas variações ajuda a reconhecer quando algo não está bem e qual pode ser o caminho mais adequado para o tratamento.

Abaixo, você encontra uma listagem dos principais tipos de transtornos de ansiedade reconhecidos atualmente.

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

É caracterizado por uma preocupação constante e excessiva com diversos aspectos da vida — saúde, trabalho, finanças, segurança, relacionamentos. A pessoa sente como se estivesse sempre esperando que algo ruim aconteça, mesmo em situações comuns do cotidiano.

Exemplo: alguém que, mesmo com todos os exames em dia, vive com medo de estar doente. Ou que, mesmo tendo cumprido todas as suas tarefas no trabalho, não consegue relaxar no fim do dia.

Transtorno de Pânico

Nesse caso, a ansiedade se manifesta em forma de crises intensas e súbitas, conhecidas como ataques de pânico. Elas envolvem sintomas físicos intensos, como falta de ar, tontura, dor no peito, sensação de desmaio e medo de morrer ou enlouquecer.

Essas crises podem surgir sem aviso, e muitas vezes sem um gatilho aparente. Com o tempo, a pessoa pode desenvolver medo de que as crises voltem, o que por si só já causa sofrimento.

Exemplo: alguém que está sentado no sofá de casa e, de repente, sente o coração disparar, dificuldade para respirar e um medo muito forte, sem saber por quê.

Fobias específicas

São medos intensos e desproporcionais diante de objetos, situações ou seres específicos — como altura, agulhas, animais, dirigir, andar de avião, entre outros. A pessoa sabe que o medo é exagerado, mas não consegue evitar a resposta de pânico ou evitação.

Exemplo: uma pessoa que recusa um emprego porque envolve viagens de avião, mesmo sabendo que isso pode impactar sua carreira.

Transtorno de Ansiedade Social (ou Fobia Social)

O medo aqui está centrado na interação com outras pessoas. Há um receio intenso de ser julgado, exposto ou ridicularizado. Isso pode acontecer em situações como falar em público, participar de reuniões, comer na frente dos outros ou até atender o telefone.

Exemplo: alguém que evita festas, entrevistas ou encontros por medo de parecer inadequado, mesmo que racionalmente saiba que não há motivo para isso.

Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)

Apesar de estar em outra categoria diagnóstica, o TEPT tem relação direta com a ansiedade. Ele surge após a vivência de um evento traumático, como um acidente grave, violência, abuso, desastre natural ou perda súbita.

A pessoa revive o trauma por meio de lembranças invasivas, pesadelos, reações físicas diante de gatilhos e sensação de estar sempre em perigo. Pode também evitar lugares, pessoas ou situações associadas ao evento.

Exemplo: alguém que sofreu um assalto e, meses depois, ainda tem dificuldade para sair de casa, sente o corpo travar ao ouvir barulhos altos e evita qualquer rua parecida com o local do ocorrido.

Entender o que é ansiedade em suas diferentes formas é parte fundamental do cuidado. Nem sempre o nome importa tanto quanto o impacto que os sintomas têm na vida da pessoa, mas ter um diagnóstico correto feito por um profissional de saúde mental ajuda a traçar um plano de tratamento que leve em consideração a história, os sintomas e o contexto de cada um.

Causas e fatores de risco da ansiedade

Em geral, o quadro se forma a partir de uma combinação de fatores — biológicos, psicológicos e ambientais — que se somam ao longo do tempo. Porém, entender o que é ansiedade também passa por compreender esse caráter multifatorial. Nem sempre há um motivo claro que justifique os sintomas, e isso não os torna menos legítimos. Ainda assim, podemos listar alguns dos principais elementos que podem contribuir para o surgimento ou agravamento do quadro:

Fatores genéticos e biológicos

A predisposição à ansiedade pode estar relacionada ao funcionamento de neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina — substâncias que influenciam o humor, o sono e o nível de alerta. Pessoas com histórico familiar de transtornos de ansiedade ou depressão têm maior probabilidade de desenvolver sintomas, mesmo sem eventos traumáticos marcantes. É comum, por exemplo, alguém perceber que convive com preocupações excessivas desde a adolescência e, ao observar com atenção, notar que pais ou avós também demonstravam um padrão semelhante.

Experiências de vida

Eventos traumáticos, perdas, negligência emocional, bullying ou ambientes marcados por imprevisibilidade durante a infância e a adolescência impactam profundamente a forma como o cérebro reage ao estresse. Às vezes, não é um único acontecimento, mas uma sequência de vivências pequenas — como crescer em uma casa onde tudo mudava de repente, onde havia brigas frequentes ou cobranças sem trégua — que ensina o corpo a se manter em alerta constante. Na vida adulta, isso pode se traduzir em uma tendência a esperar sempre pelo pior, mesmo em situações neutras.

Estilo de vida e sobrecarga

Rotinas exaustivas, falta de descanso, excesso de estímulos digitais, sono irregular e ausência de pausas reais são parte do cotidiano de muitas pessoas no nosso mundo. Esse ritmo acelerado vai drenando recursos emocionais sem que se perceba. Quem está sempre ocupado, correndo de uma tarefa para outra, mas nunca se sente “em dia”, pode carregar no corpo e na mente uma tensão que parece não ter origem, mas que é fruto de um acúmulo silencioso.

Padrões de pensamento e personalidade

Algumas pessoas convivem com padrões internos que, embora socialmente valorizados, podem aumentar a vulnerabilidade à ansiedade. Perfeccionismo, autocrítica intensa, necessidade de controle e medo de errar são exemplos disso. Alguém que revisa um e-mail cinco vezes antes de enviar ou que evita iniciar um projeto por não saber se será “bom o bastante” pode estar preso em um ciclo de exigência emocional que desgasta e paralisa.

Ambiente e contexto atual

Mesmo quem nunca teve sintomas de ansiedade pode ser afetado por fatores externos intensos. Mudanças bruscas na vida pessoal, crises sociais, instabilidade econômica, pandemia, insegurança urbana, tudo isso impõe uma carga de estresse constante. Em tempos em que o futuro parece sempre incerto, é natural que o corpo reaja com sinais de esgotamento. Basta uma perda repentina ou o rompimento de um vínculo importante para que surjam insônia, pensamentos acelerados e uma sensação difusa de medo.

A ansiedade não é fraqueza, falta de fé ou falta de força de vontade. Ela é uma resposta legítima a algo que, em algum nível, exige atenção e cuidado. E por mais que a causa não esteja clara para você, se seu sofrimento é real, ele merece acolhimento.

Quando a ansiedade se torna um problema?

O corpo se prepara para agir, o pensamento se antecipa, a respiração acelera um pouco — e logo tudo volta ao normal. Mas quando esse estado se prolonga, se intensifica ou passa a surgir em situações onde não há ameaça real, algo precisa ser observado com mais atenção.

A pergunta “será que isso é normal?” costuma aparecer justamente nesse ponto. E embora não exista um único critério, há alguns sinais que indicam que a ansiedade deixou de ser apenas uma resposta natural e passou a afetar diretamente a qualidade de vida.

Sinais de alerta:

  • A ansiedade aparece com frequência, sem motivo claro. Você sente o corpo em alerta mesmo em situações simples — como sair de casa, responder uma mensagem ou encontrar alguém. A sensação de ameaça é constante, mesmo sem justificativa concreta.
  • As preocupações tomam conta do seu dia. É difícil relaxar. Os pensamentos se aceleram, giram em círculos e ocupam espaço mental até nas horas de descanso. Mesmo quando algo dá certo, a mente já antecipa o que pode dar errado.
  • O corpo dá sinais de esgotamento. Dores, insônia, falta de ar, taquicardia, fadiga constante. A ansiedade não passa apenas pela cabeça, ela habita o corpo e, muitas vezes, se manifesta primeiro por ele.
  • As relações começam a ser afetadas. Você evita encontros, cancela compromissos, sente irritação com facilidade ou se afasta das pessoas por não conseguir explicar o que está acontecendo.
  • Você sente que está perdendo o controle. A ansiedade interfere nas decisões, no sono, na rotina. Ela atravessa os dias, altera o apetite, mina a concentração. Mesmo com esforço, você não consegue “voltar ao normal”.

É nesse ponto que buscar ajuda faz toda a diferença. Não se trata de “dramatizar”, “exagerar” ou “dar nome a tudo”. Trata-se de se escutar com mais cuidado. Muitas pessoas vivem anos tentando “dar conta” sozinhas, acreditando que é só uma fase, que vai passar. Mas quando o sofrimento é persistente, ele não precisa ser carregado no silêncio.

Procurar apoio psicológico ou psiquiátrico é fundamental. E, na maioria das vezes, é também o começo de um alívio que parecia distante demais para ser possível.

O que é ansiedade

Você não precisa enfrentar tudo sozinho: conheça os tratamentos

Mesmo quando tudo parece fora do lugar, no meio do mais absoluto caos, existe amparo e uma forma de recomeçar.

O tratamento para os transtornos de ansiedade é individualizado e pode envolver diferentes estratégias, dependendo da intensidade dos sintomas, da história de vida e das necessidades de cada pessoa. Nenhuma decisão é imposta. Pelo contrário: o processo terapêutico deve ser construído com diálogo, escuta e respeito.

Psicoterapia

A psicoterapia é um dos pilares no tratamento da ansiedade. Entre as abordagens mais recomendadas está a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que ajuda a identificar e modificar padrões de pensamento disfuncionais, comportamentos de evitação e crenças que alimentam o estado de alerta constante.

Na prática, isso significa aprender a lidar com os gatilhos da ansiedade, desenvolver novas formas de reagir e construir um espaço seguro de reflexão e autorregulação emocional. A psicoterapia também oferece suporte para o fortalecimento da autoestima, para a construção de limites e para o resgate da autonomia emocional.

Medicamentos

Em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser indicado. Antidepressivos e ansiolíticos, por exemplo, atuam na regulação química do cérebro, reduzindo os sintomas físicos e mentais que tornam a ansiedade tão desgastante.

É comum que muitas pessoas tenham resistência a essa ideia por medo de dependência, por estigma social ou pela sensação de que “deveriam dar conta sozinhas”. Essas dúvidas são legítimas e merecem ser acolhidas. Mas é importante lembrar que o remédio, quando prescrito de forma criteriosa e acompanhado por um profissional, é um recurso fundamental para restabelecer o equilíbrio.

Tomar um medicamento não anula sua força. Pelo contrário: é um gesto de cuidado e compromisso com uma vida mais estável e saudável.

Abordagens complementares

Além da psicoterapia e, quando necessário, da medicação, outras estratégias podem auxiliar no tratamento da ansiedade:

  • Práticas de respiração e relaxamento
  • Atividade física regular
  • Meditação ou mindfulness
  • Alimentação equilibrada
  • Sono adequado
  • Redução do consumo de cafeína e álcool
  • Organização da rotina com pausas reais

Essas práticas não substituem o tratamento profissional, mas atuam como aliadas no processo. Elas ajudam a criar um ambiente interno e externo mais favorável à recuperação.

Lembre-se, buscar ajuda não é um sinal de fraqueza — é um movimento de coragem. E embora cada pessoa tenha seu tempo, enfrentar as resistências é parte do processo de cura. Viver com menos medo, mais presença e mais tranquilidade é possível.

Convivendo com a ansiedade: estratégias de autocuidado

O tratamento profissional é fundamental para lidar com os transtornos de ansiedade. Mas, junto dele, pequenas escolhas no cotidiano também fazem diferença. Autocuidado não é um luxo: é um gesto de manutenção emocional. E, embora não substitua a psicoterapia ou os medicamentos, pode ser uma das pontes entre o alívio e a recuperação.

Criar uma rotina com pausas

A previsibilidade ajuda a reduzir o estado de alerta constante. Ter horários definidos para acordar, se alimentar, trabalhar e descansar sinaliza ao corpo que ele pode relaxar. Não se trata de rigidez, mas de ritmo. Incluir pausas durante o dia — mesmo que curtas — permite que a mente respire e o corpo desacelere.

Aprender a reconhecer os próprios gatilhos

Observar quando a ansiedade costuma surgir é um passo importante. É diante de cobranças? Antes de sair de casa? Ao se expor em redes sociais? Essa consciência permite identificar padrões e, com o tempo, criar estratégias mais eficazes para lidar com eles. O que inicialmente parece vago vai, aos poucos, ganhando nome — e nomear é o começo de transformar.

Praticar respiração consciente

A respiração é uma das formas mais diretas de sinalizar ao cérebro que não há perigo. Em momentos de ansiedade, respirar profundamente, por alguns minutos, pode ajudar a interromper o ciclo de tensão. Não precisa ser uma técnica complexa. Respirar devagar já faz uma grande diferença.

Reduzir o excesso de estímulos

Estar conectado o tempo todo, consumindo notícias, notificações e comparações constantes nas redes sociais, alimenta o estado de vigilância. Estabelecer limites — como evitar telas antes de dormir ou silenciar certos conteúdos — pode diminuir a sobrecarga mental. Mais do que “ficar offline”, trata-se de filtrar o que chega até você.

Cuidar do sono e da alimentação

Dormir mal ou pular refeições impacta diretamente o funcionamento emocional. O cérebro precisa de energia, descanso e regularidade para se autorregular. Criar um ambiente de sono mais tranquilo, evitar cafeína no fim do dia e manter uma alimentação minimamente equilibrada não são soluções mágicas, mas contribuem para o bem-estar geral.

Praticar movimentos que façam sentido

Não é preciso seguir uma rotina rígida de academia se isso não fizer sentido para você. Nem todo mundo tem tempo para isso, eu sei. Mas o corpo foi feito para se mover. Caminhar, dançar, alongar ou até realizar tarefas domésticas pode ajudar a reduzir a tensão acumulada.

Buscar apoio, mesmo que fora do consultório

Conversar com alguém de confiança, participar de grupos de apoio, ler sobre o assunto ou simplesmente dividir o que está acontecendo com alguém que escute sem julgamento já é um ato de cuidado. A ansiedade tende a crescer no silêncio e diminui quando é acolhida.

Essas práticas não resolvem tudo. E nem precisam. Elas funcionam como um chão possível para atravessar os dias mais difíceis. Cuidar de si não significa viver sem ansiedade, mas aprender a reconhecê-la, acolhê-la e não permitir que ela defina todos os seus passos.

O que é ansiedade

Conclusão

Saber o que é ansiedade é o primeiro passo para reconhecer quando algo não está bem. Mais do que um termo clínico, estamos falando de uma experiência que atravessa o corpo, os pensamentos e a forma de viver o mundo. E embora cada pessoa sinta de um jeito, existe algo em comum: a ansiedade não precisa ser enfrentada sozinha.

Ao longo deste texto, falamos sobre o que diferencia a ansiedade funcional de um transtorno, os sintomas que merecem atenção, os fatores que contribuem para o sofrimento e as possibilidades de cuidado. Também vimos que, mesmo com todas as resistências, existe tratamento — e que buscar ajuda não diminui ninguém. Pelo contrário: é um gesto de respeito por si mesmo.

Se você se identificou com parte do que foi descrito aqui, saiba que é possível reconstruir um novo ritmo, com menos medo, menos cobrança e mais presença. O caminho pode não ser imediato, pode não ser fácil, mas começa com uma decisão: a de não ignorar o que você sente.

Se quiser conversar sobre isso ou entender melhor como funciona o acompanhamento psiquiátrico, agende uma consulta. Estamos aqui para acolher, esclarecer dúvidas e caminhar junto com você nesse processo.

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Dra. Priscila Ruwer

Dra. Priscila Ruwer

Médica psiquiatra formada pela Universidade Federal de Goiás. Atende tanto presencialmente no centro de Curitiba quanto online, Dra. Priscila é dedicada a oferecer um tratamento completo e individualizado para cada paciente, indo além do uso de medicação. Sua prática é fundamentada no respeito e na escuta ativa, com uma verdadeira preocupação em entender profundamente as necessidades de cada pessoa. Ela acredita que a confiança e a assertividade são essenciais para o sucesso no tratamento, criando um ambiente acolhedor onde você pode se sentir compreendido e cuidado.