Você já se perguntou se um psiquiatra pode prescrever Canabidiol como parte do tratamento em saúde mental? Essa é uma dúvida que tem se tornado cada vez mais comum, especialmente entre pessoas que convivem com ansiedade, depressão ou outras condições que impactam o equilíbrio emocional e que buscam novas possibilidades de cuidado. O Canabidiol tem …
Você já se perguntou se um psiquiatra pode prescrever Canabidiol como parte do tratamento em saúde mental?
Essa é uma dúvida que tem se tornado cada vez mais comum, especialmente entre pessoas que convivem com ansiedade, depressão ou outras condições que impactam o equilíbrio emocional e que buscam novas possibilidades de cuidado.
O Canabidiol tem ganhado crescente atenção na comunidade médica brasileira, especialmente na psiquiatria, onde estudos recentes têm demonstrado resultados promissores para determinadas condições.
No entanto, ainda existe muito desconhecimento — e até mesmo preconceito — sobre seu uso terapêutico, o que pode gerar insegurança tanto em pacientes quanto em familiares.
Como psiquiatra, meu compromisso é oferecer informações claras, éticas e cientificamente embasadas sobre todas as opções terapêuticas disponíveis, incluindo o CBD. Não se trata de defender ou desencorajar seu uso, mas sim de apresentar os fatos para que você possa tomar decisões informadas sobre seu cuidado.
É por isso que hoje quero falar com você sobre como o Canabidiol atua no nosso organismo, quando pode ser indicado por um psiquiatra, como funciona a legislação brasileira para sua prescrição e quais cuidados são necessários durante o tratamento.
Sumário
ToggleO que é Canabidiol (CBD) e como ele atua no cérebro?
O Canabidiol, mais conhecido pela sigla CBD, é um composto natural extraído da planta Cannabis sativa que tem revolucionado a medicina moderna. Diferentemente do que muitas pessoas pensam, o CBD não causa alterações de consciência ou euforia. Essas sensações estão associadas ao THC, outro composto da mesma planta.
O CBD é completamente seguro nesse aspecto e não gera dependência.
Para você que está considerando essa opção terapêutica, é importante entender que o CBD funciona de forma muito diferente dos medicamentos psiquiátricos tradicionais.
Enquanto a maioria dos antidepressivos e ansiolíticos atua em um sistema específico do cérebro, o Canabidiol trabalha de forma mais ampla, ajudando a restaurar o equilíbrio natural do seu organismo.
Qual é a origem do CBD?
O Canabidiol foi descoberto há mais de 80 anos, mas só recentemente a ciência conseguiu compreender todo seu potencial terapêutico. Hoje, sabemos que existem variedades específicas da Cannabis sativa desenvolvidas exclusivamente para fins medicinais, com altas concentrações de CBD e praticamente nenhum THC.
Quando falamos de CBD medicinal, estamos nos referindo a um produto farmacêutico rigorosamente controlado, muito diferente da maconha recreativa. As plantas utilizadas passam por processos de cultivo especializado e extração padronizada, garantindo a pureza e concentração adequada do princípio ativo.
No Brasil, todo CBD medicinal é importado de laboratórios internacionais certificados, seguindo rígidos padrões de qualidade e segurança estabelecidos pela Anvisa. Isso significa que você pode ter confiança na procedência e qualidade do produto prescrito por mim.
Mecanismos de ação no sistema nervoso
O CBD atua no seu cérebro de uma forma única e inteligente. Imagine que seu sistema nervoso possui várias “fechaduras” (receptores) e o CBD funciona como uma “chave” que se encaixa perfeitamente em muitas delas, promovendo o equilíbrio necessário para seu bem-estar mental.
O principal mecanismo acontece através dos receptores de serotonina 5HT1A — os mesmos que muitos antidepressivos modernos utilizam. A serotonina é conhecida como o “hormônio da felicidade”, e quando o CBD ativa esses receptores, você pode experimentar uma sensação natural de calma e bem-estar.
Além disso, o CBD trabalha com o sistema endocanabinóide do seu próprio corpo — um sistema que você já possui naturalmente e que regula funções como humor, sono, apetite e resposta ao estresse. É como se o CBD ajudasse seu organismo a “lembrar” como funcionar de forma equilibrada novamente.
Propriedades ansiolíticas
Para você que convive com ansiedade, o CBD pode oferecer um alívio significativo e natural. Estudos mostram que o Canabidiol consegue “acalmar” áreas do cérebro que ficam hiperativas durante crises de ansiedade, como a amígdala, responsável pela sensação de medo e alerta.
O interessante é que o CBD não “desliga” sua capacidade de sentir ou reagir às situações. Em vez disso, ele ajuda seu cérebro a processar o estresse de forma mais equilibrada, reduzindo aquela sensação de “estar sempre em alerta” que é tão comum em quem sofre com ansiedade.
Vários pacientes relatam que, com o uso do CBD, conseguem enfrentar situações que antes causavam muito desconforto, como apresentações no trabalho, encontros sociais ou até mesmo o trânsito diário, com mais tranquilidade e controle emocional.
Potencial antidepressivo
A depressão não é apenas “tristeza”. Sabemos que é uma condição complexa que afeta estruturas importantes do seu cérebro, especialmente áreas responsáveis pela regulação emocional e da memória. O CBD tem mostrado uma capacidade impressionante de ajudar a “reparar” esses circuitos neurais prejudicados.
Uma das descobertas mais empolgantes é que ele pode estimular o crescimento de novos neurônios no hipocampo, uma região crucial para sua memória e regulação emocional. É como se o Canabidiol ajudasse seu cérebro a se renovar e encontrar novos caminhos para o bem-estar.
Além disso, o CBD atua no controle do cortisol, o hormônio do estresse. Quando você está deprimido, geralmente seus níveis de cortisol ficam desregulados, perpetuando um ciclo de estresse e tristeza. O Canabidiol pode ajudar a quebrar esse ciclo.
Outros usos para a saúde mental
Para quem sofre com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), o Canabidiol pode ajudar a reduzir pesadelos e flashbacks, permitindo que você processe memórias difíceis de forma mais saudável.
E se você tem dificuldades para dormir, seja por ansiedade, dor ou simplesmente insônia, pode ser também um aliado valioso. Ele não funciona como um sedativo tradicional, mas sim ajudando seu corpo a encontrar naturalmente o ritmo adequado de sono e vigília.
Pesquisas recentes também investigam o uso do CBD em outras condições como transtorno bipolar, alguns tipos de esquizofrenia e até mesmo no apoio ao tratamento de dependências químicas. Embora essas aplicações ainda estejam em estudo, os resultados iniciais são bem promissores.
É importante que você saiba:
O CBD apresenta um perfil de segurança excelente, com efeitos colaterais geralmente leves e temporários, como sonolência, alterações no apetite ou, raramente, diarreia. No entanto, pode interagir com alguns medicamentos, especialmente se você já toma várias medicações. Por isso, a avaliação médica especializada é fundamental para garantir que o CBD seja seguro e eficaz no seu caso específico.
Psiquiatra pode prescrever Canabidiol? Entenda a legislação no Brasil
Sim, psiquiatras podem prescrever Canabidiol no Brasil, mas o processo é regulamentado e requer autorização específica. Muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre a legalidade do CBD medicinal em nosso país, e é compreensível — afinal, por muito tempo esse tema foi cercado de incertezas.
A realidade atual é que o Canabidiol é reconhecido como medicamento no Brasil desde 2015, quando a Anvisa reclassificou a substância. Isso significa que você pode ter acesso legal ao CBD, desde que tenha prescrição médica adequada e siga os procedimentos estabelecidos.
Como funciona a autorização da Anvisa?
O processo é mais simples do que parece:
Você precisa de uma consulta com psiquiatra, neurologista ou neurocirurgião que avalie seu caso e, se apropriado, prescreva o CBD. Com a receita e laudo médico, você consegue adquirir o medicamento em farmácias ou comprar via importação, depois de solicitar uma autorização da Anvisa.
Existem também projetos em tramitação para incluir o CBD no SUS, o que pode tornar o acesso mais democrático no futuro.
O importante é saber que existe um caminho oficial e seguro. Você não precisa recorrer a produtos de origem duvidosa ou se preocupar com questões legais quando o tratamento é prescrito adequadamente.
Quando o Canabidiol é indicado pelo psiquiatra?
Esta é provavelmente a pergunta mais importante para você que está considerando o CBD como opção terapêutica.
A decisão de prescrever Canabidiol não é tomada levianamente. Ela é baseada em critérios clínicos específicos e, principalmente, na avaliação cuidadosa do seu caso individual.
Como psiquiatra, posso dizer que o CBD não é uma “solução mágica” para todos os problemas de saúde mental, mas pode ser uma ferramenta valiosa em situações específicas.
A indicação geralmente acontece quando tratamentos convencionais não trouxeram os resultados esperados ou quando você apresenta intolerância significativa a outras medicações.
É importante entender que cada pessoa responde de forma única aos tratamentos, e o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. Por isso, a avaliação individualizada é fundamental para determinar se o CBD pode ser benéfico no seu caso.
Transtornos de ansiedade
O CBD tem mostrado resultados promissores para diferentes tipos de transtornos ansiosos, especialmente quando você já tentou outras abordagens sem sucesso completo.
A grande vantagem do Canabidiol é que ele pode reduzir significativamente os sintomas de ansiedade sem causar dependência ou aquela sensação de “estar dopado” que alguns medicamentos tradicionais podem provocar.
Evidências científicas brasileiras:
Um estudo importante conduzido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2019 testou o CBD em situações de ansiedade social — especificamente, pessoas que precisavam falar em público.
Os resultados foram impressionantes: uma dose de 300mg de CBD foi tão eficaz quanto o diazepam (um ansiolítico tradicional) para reduzir a ansiedade, mas sem causar sonolência ou outros efeitos colaterais típicos dos benzodiazepínicos.
Outro estudo internacional, publicado na Journal of Psychopharmacology, demonstrou que 600mg de CBD reduziram significativamente a ansiedade em pessoas com fobia social. Imagine conseguir participar de reuniões, encontros sociais ou apresentações no trabalho sem aquela sensação avassaladora de medo e desconforto.
Quando considerar o CBD para ansiedade:
- 🧠 Quando você tem transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e os medicamentos convencionais não trouxeram alívio suficiente;
- 🧠 Se você sofre com fobia social que impacta significativamente sua vida pessoal ou profissional;
- 🧠 Quando apresenta efeitos colaterais intoleráveis com ansiolíticos tradicionais;
- 🧠 Se você tem preocupações sobre dependência de benzodiazepínicos.
Limitações importantes:
Embora os resultados sejam encorajadores, ainda precisamos de mais estudos para estabelecer protocolos definitivos. A dose ideal varia bastante entre as pessoas (geralmente entre 150-600mg por dia), e os efeitos a longo prazo ainda estão sendo investigados.
Depressão resistente ao tratamento convencional
Para você que convive com depressão e já tentou diferentes antidepressivos sem sucesso completo, o CBD pode representar uma nova esperança.
A depressão resistente ao tratamento é uma realidade para muitas pessoas, e o Canabidiol oferece um mecanismo de ação diferente dos medicamentos convencionais.
Evidências científicas promissoras:
Um estudo brasileiro conduzido pela Universidade de São Paulo (USP) durante a pandemia de COVID-19 trouxe resultados muito encorajadores. Profissionais de saúde que receberam 300mg de CBD por dia apresentaram uma redução de 50% nos sintomas depressivos após apenas 28 dias de tratamento. Isso é particularmente significativo porque esses profissionais estavam sob estresse extremo.
Quando o CBD pode ser considerado para depressão:
- 🧠 Quando você já tentou pelo menos dois antidepressivos diferentes sem resposta adequada;
- 🧠 Se você apresenta depressão associada a inflamação crônica (o CBD tem propriedades anti-inflamatórias);
- 🧠 Quando os efeitos colaterais dos antidepressivos convencionais são intoleráveis;
- 🧠 Se você tem depressão com componente ansioso significativo.
Considerações importantes:
A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) destaca que, embora promissor, o CBD ainda não deve ser considerado tratamento de primeira linha para depressão. Ele funciona melhor como terapia complementar ou quando outras opções não foram eficazes. Estudos de longo prazo ainda são necessários para estabelecer protocolos definitivos.
TEPT (transtorno de estresse pós-traumático)
O transtorno de estresse pós-traumático é uma condição particularmente desafiadora, e o CBD tem mostrado potencial único para ajudar pessoas que vivenciam pesadelos recorrentes, flashbacks e hipervigilância constante.
Se você convive com TEPT, sabe como esses sintomas podem impactar profundamente sua qualidade de vida.
Como o CBD pode ajudar no TEPT:
O Canabidiol atua de forma específica na consolidação e processamento de memórias traumáticas. Diferentemente de apenas “mascarar” os sintomas, ele pode ajudar seu cérebro a processar as experiências traumáticas de forma mais saudável, reduzindo a intensidade emocional associada a essas memórias.
Estudos preliminares indicam que o CBD, especialmente quando combinado com pequenas quantidades de THC, pode reduzir significativamente pesadelos e episódios de hipervigilância. Muitos pacientes relatam conseguir dormir melhor e sentir-se menos “em alerta” constantemente.
Quando considerar o CBD para TEPT:
- 🧠 Quando pesadelos recorrentes interferem significativamente no seu sono;
- 🧠 Se você experimenta flashbacks que impactam sua vida diária;
- 🧠 Quando a hipervigilância constante causa exaustão física e emocional;
- 🧠 Se tratamentos convencionais para TEPT não trouxeram alívio suficiente.
Outras possíveis indicações: insônia, dor crônica com impacto emocional, entre outros
O CBD tem mostrado benefícios em várias outras condições que frequentemente se entrelaçam com problemas de saúde mental. É importante entender que muitas vezes não lidamos com transtornos isolados, mas com um conjunto de sintomas que se influenciam mutuamente.
Insônia e distúrbios do sono:
Se você tem dificuldades para dormir relacionadas à ansiedade ou dor crônica, o CBD pode ser especialmente útil. Um estudo de 2019 mostrou que doses entre 40-160mg de CBD aumentaram o tempo total de sono em pessoas com insônia secundária.
O interessante é que o CBD não funciona como um sedativo tradicional. Ele ajuda seu corpo a encontrar naturalmente o ritmo adequado de sono.
Burnout e exaustão emocional:
O mesmo estudo da USP que investigou depressão também encontrou uma redução de 25% nos sintomas de burnout em profissionais de saúde. Se você se sente constantemente exausto, sem energia para atividades que antes lhe davam prazer, e com a sensação de estar “funcionando no automático”, o CBD pode ajudar a restaurar sua resiliência emocional.
Dor crônica com impacto emocional:
Quando você convive com dor crônica, é comum desenvolver ansiedade, depressão ou irritabilidade. O CBD pode atuar tanto na dor física quanto no sofrimento emocional associado, oferecendo uma abordagem mais integrada para seu bem-estar.
Outras condições em investigação:
Pesquisas brasileiras também estão explorando o uso do CBD em transtorno do espectro autista (para reduzir comportamentos disruptivos), dependência de substâncias (para diminuir a fissura) e até mesmo como suporte em alguns casos de esquizofrenia.
Como funciona a prescrição de CBD por um psiquiatra?
Quando você agenda uma consulta comigo para avaliar a possibilidade de tratamento com CBD, é importante entender que esse processo é cuidadoso e personalizado. Não se trata de uma prescrição simples ou automática — cada caso requer uma avaliação detalhada para garantir que o Canabidiol seja realmente a melhor opção para você.
Minha abordagem sempre prioriza sua segurança e bem-estar, seguindo rigorosamente os protocolos médicos estabelecidos e as diretrizes éticas da psiquiatria. O processo pode parecer minucioso, mas cada etapa tem um propósito importante: garantir que você receba o tratamento mais adequado e eficaz possível.
Durante nossa consulta, você terá espaço para esclarecer todas suas dúvidas, expressar suas preocupações e entender completamente como o CBD pode, ou não, se encaixar no seu plano terapêutico.
Lembre-se: você é protagonista do seu cuidado, e meu papel é orientá-lo com base em evidências científicas e experiência clínica.
Avaliação inicial: anamnese, histórico e quadro clínico
Nossa primeira consulta será dedicada a conhecer profundamente sua história e compreender seu sofrimento atual. Reservo tempo suficiente para que você possa contar sua trajetória sem pressa, pois cada detalhe é importante para uma avaliação precisa.
Durante a anamnese, conversaremos sobre:
- Seu histórico psiquiátrico completo — quando os sintomas começaram, como evoluíram ao longo do tempo, e quais situações parecem desencadear ou piorar seu quadro. É fundamental entender não apenas o que você sente hoje, mas como chegou até aqui.
- Tratamentos anteriores e suas respostas — quais medicamentos você já utilizou, por quanto tempo, quais doses, e principalmente, como seu corpo e mente reagiram a cada um. Se você teve efeitos colaterais significativos ou falta de resposta a tratamentos convencionais, isso pode indicar que o CBD seja uma opção interessante.
- Seu contexto de vida atual — como os sintomas impactam seu trabalho, relacionamentos, sono, apetite e qualidade de vida geral. O CBD é mais indicado quando há um impacto funcional significativo que outros tratamentos não conseguiram resolver adequadamente.
Exames complementares e histórico médico
Antes de prescrever CBD, preciso ter uma visão completa da sua saúde física, não apenas mental. O canabidiol pode interagir com alguns medicamentos e condições médicas, por isso essa avaliação é fundamental para sua segurança.
Posso solicitar exames laboratoriais básicos, incluindo função hepática, já que o CBD é metabolizado pelo fígado. Se você toma outras medicações, também avaliarei possíveis interações através de exames específicos.
Conversaremos sobre todas as medicações que você utiliza atualmente, incluindo suplementos e medicamentos de venda livre. Algumas substâncias podem interagir com o CBD, e preciso ajustar doses ou fazer substituições quando necessário.
Também revisarei seu histórico de alergias, condições médicas preexistentes e qualquer cirurgia recente. Essas informações são cruciais para determinar a dose inicial mais segura e eficaz para você.
Doses, formas de administração e tipos de produto
A prescrição do CBD é altamente individualizada. Não existe uma “dose padrão” que funcione para todos. Preciso considerar seu peso, metabolismo, gravidade dos sintomas, outras medicações em uso e sua sensibilidade individual.
Sempre inicio com doses baixas e aumento gradualmente. Isso permite que seu corpo se adapte ao medicamento e me permite identificar a dose mínima eficaz para você.
Formas de administração disponíveis:
Óleo sublingual é a forma mais comum de ingestão do CBD. Ele permite uma dosagem precisa e absorção relativamente rápida (15-30 minutos para início do efeito).
As cápsulas podem ser uma opção para quem prefere praticidade e não gosta do sabor do óleo. O efeito demora mais para começar (30-60 minutos), mas dura mais tempo.
Ajustes personalizados
Cada pessoa responde de forma única ao CBD. Algumas sentem melhora significativa em poucos dias, outras precisam de algumas semanas. Algumas precisam de doses maiores pela manhã, outras preferem doses maiores à noite. Meu papel é encontrar o protocolo ideal para você.
Lembre-se: o tratamento com CBD é uma jornada que fazemos juntos. Estou aqui para orientá-lo em cada etapa, esclarecer suas dúvidas e ajustar o tratamento conforme suas necessidades evoluem. Sua participação ativa e comunicação honesta sobre como está se sentindo são fundamentais para o sucesso do tratamento.
Cuidados e possíveis efeitos adversos do uso de Canabidiol em psiquiatria
Embora o CBD seja considerado um medicamento com perfil de segurança favorável, é fundamental que você conheça os possíveis efeitos colaterais e cuidados necessários durante o tratamento.
Como qualquer medicação, o canabidiol pode causar reações adversas, e é importante estar bem informado para reconhecer e lidar adequadamente com essas situações.
A transparência sobre riscos e benefícios é parte essencial de qualquer tratamento responsável.
A maioria dos efeitos colaterais do CBD são leves e transitórios, mas alguns requerem atenção médica imediata. Durante o acompanhamento médico, vou monitorar constantemente sua resposta ao medicamento, sempre priorizando sua segurança.
É importante lembrar que qualquer dúvida ou preocupação que surgir durante o tratamento deve ser compartilhada imediatamente. O sucesso do tratamento depende não apenas da medicação, mas também da comunicação aberta entre nós dois.
Efeitos colaterais mais frequentes
A maioria das pessoas tolera muito bem o CBD, mas é importante conhecer os efeitos colaterais mais comuns para que você possa diferenciá-los de sintomas do seu transtorno ou de outras causas.
Na prática clínica, observa-se que esses efeitos geralmente aparecem no início do tratamento e tendem a diminuir conforme o organismo se adapta ao medicamento.
Sonolência e fadiga:
Este é provavelmente o efeito colateral mais comum relatado por pacientes em uso de CBD. Você pode sentir-se mais sonolento que o habitual, especialmente nas primeiras semanas de tratamento. Isso não significa necessariamente que a dose está inadequada, muitas vezes é uma questão de ajustar o horário de ingestão.
Se você experimenta sonolência excessiva durante o dia, podemos ajustar o horário das doses, concentrando uma porção maior no período noturno. Muitos pacientes descobrem que essa sonolência inicial na verdade os ajuda a ter um sono mais reparador.
Alterações no apetite:
Algumas pessoas relatam diminuição do apetite, enquanto outras podem experimentar aumento. Essas mudanças são geralmente leves e temporárias. Se você tem histórico de transtornos alimentares ou preocupações significativas com peso, é importante comunicar isso na consulta para um monitoramento mais próximo.
Manter uma alimentação equilibrada durante o tratamento é fundamental. Se as alterações no apetite forem significativas ou persistentes, podemos ajustar a dose ou o horário de administração.
Desconforto gastrointestinal:
Diarréia leve pode ocorrer, especialmente no início do tratamento. Geralmente é transitória e melhora com a continuidade do uso. Tomar o CBD com alimentos pode ajudar a reduzir esse efeito.
Se você tem sensibilidade gastrointestinal conhecida, informe na consulta para que possamos iniciar com doses menores e aumentar mais gradualmente, permitindo melhor adaptação do organismo.
Alterações nas enzimas hepáticas:
Em alguns casos, pode-se observar elevação leve das enzimas hepáticas em exames de sangue. Por isso, posso solicitar exames periódicos para monitorar a função do seu fígado durante o tratamento. Na maioria dos casos, essas alterações são reversíveis e não causam sintomas.
Potenciais interações medicamentosas
As interações medicamentosas são uma das principais preocupações ao usar CBD, especialmente se você já utiliza outras medicações. O canabidiol é metabolizado pelo mesmo sistema enzimático (citocromo P450) que processa muitos outros medicamentos, podendo alterar suas concentrações no sangue.
Interações com antidepressivos:
Se você toma antidepressivos como fluoxetina, sertralina ou outros inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), o CBD pode aumentar os níveis desses medicamentos no seu sangue. Isso pode intensificar tanto os efeitos terapêuticos quanto os colaterais.
Eu vou monitorar cuidadosamente qualquer mudança nos seus sintomas ou aparecimento de efeitos colaterais dos antidepressivos. Às vezes, pode ser necessário ajustar as doses de ambos os medicamentos para encontrar o equilíbrio ideal.
Interações com anticonvulsivantes:
Medicamentos como valproato, carbamazepina e lamotrigina podem ter suas concentrações alteradas pelo CBD. Se você usa algum desses medicamentos para epilepsia ou estabilização do humor, será necessário monitoramento mais frequente através de exames de sangue.
Interações com anticoagulantes:
Se você toma warfarina ou outros anticoagulantes, o CBD pode alterar o tempo de coagulação do seu sangue. Isso requer monitoramento laboratorial mais rigoroso e possíveis ajustes de dose dos anticoagulantes.
Outras interações importantes:
Benzodiazepínicos podem ter seus efeitos sedativos potencializados pelo CBD. Se você usa medicações como clonazepam, lorazepam ou diazepam, podemos iniciar com doses menores de CBD e monitorar cuidadosamente a sedação.
Medicamentos para pressão arterial, diabetes e outros problemas de saúde também podem ser afetados. Por isso, é fundamental informar todos os medicamentos que você utiliza, incluindo suplementos e medicações de venda livre.
O Canabidiol como ferramenta terapêutica na psiquiatria moderna
O Canabidiol na psiquiatria não é uma “cura milagrosa”, mas sim uma ferramenta terapêutica adicional que, quando prescrita adequadamente, pode oferecer alívio significativo para pessoas que não encontraram resposta satisfatória em tratamentos convencionais ou que apresentam intolerância a outras medicações.
Vimos que o CBD atua de forma única no sistema nervoso, trabalhando com os receptores de serotonina e o sistema endocanabinóide natural do organismo e que suas propriedades ansiolíticas e antidepressivas têm sido demonstradas em estudos brasileiros e internacionais, oferecendo esperança especialmente para casos de ansiedade social, depressão resistente ao tratamento e TEPT.
O cuidado em saúde mental não deve ser adiado. Cada dia que você passa sofrendo com ansiedade, depressão ou outros transtornos é um dia a menos de qualidade de vida que você merece ter, e o canabidiol pode ser uma ferramenta valiosa nessa jornada, mas apenas uma avaliação profissional pode determinar se é adequado para você.
Se você se identificou com as informações apresentadas aqui e gostaria de explorar se o canabidiol pode ser uma opção terapêutica adequada para seu caso, agende uma consulta comigo. Durante nosso encontro, faremos uma avaliação completa e personalizada, considerando seu histórico, sintomas atuais e necessidades específicas.
Você merece o cuidado que vai transformar sua vida.
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